A Coronel Margarida é Gente da Gente
Quem nos dera, que em meio a tanto sofrimento e absurdos, mulheres vítimas da misoginia, do machismo, e de tantas outras agressões, com sequelas vivazes, em plena era do pós-regime militar, encontrássemos apesar de todos os pesares, uma história de superação, perseverança e de muita coragem.
Assim, é a história de vida da primeira Mulher a ser promovida ao mais alto posto e graduação da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, a Coronel Margarida Brandão Fernandes de Araújo.
Assim, é a história de vida da primeira Mulher a ser promovida ao mais alto posto e graduação da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, a Coronel Margarida Brandão Fernandes de Araújo.
Ainda muito jovem, em 1990, aos 20 (vinte) anos de idade, Margarida Brandão ingressou na primeira turma de mulheres, no Curso de Formação de Soldados da PM/RN, poucos anos após a abertura política do regime militar, permanecendo como Soldado (praça) até o ano de 1995, quando passou no concurso para o (CFO) Curso de Formação de Oficial da Polícia Militar do Rio grande do Norte.
aluna soldado Margarida Brandão, ano 1990 - CFAPM |
Filha de um Paraibano, o jornalista João Bosco Fernandes (falecido), e de uma Professora, a potiguar Maria Wilma Brandão, hoje a Cel é casada com o também Coronel PM\RN Artur Araújo e tem duas filhas.
É formada em Letras pela UFRN, é Bacharel em Segurança Pública, e Pós graduada em Técnicas de Ensino e habilitada no Curso Superior de Policia.
Assim, teve toda uma base educacional nas escolas públicas de Natal, onde estudou nas Escolas Estadual Manuel Dantas e no Sebastião Fernandes de Oliveira, escolas tradicionais no bairro de Tirol.
É formada em Letras pela UFRN, é Bacharel em Segurança Pública, e Pós graduada em Técnicas de Ensino e habilitada no Curso Superior de Policia.
Assim, teve toda uma base educacional nas escolas públicas de Natal, onde estudou nas Escolas Estadual Manuel Dantas e no Sebastião Fernandes de Oliveira, escolas tradicionais no bairro de Tirol.
Desde criança, foi orientada por sua mãe a não desistir jamais de seus objetivos, por ser mulher, com as dificuldades que naturalmente já nascera ao seu lado, mesmo assim, acreditou, e diante de uma realidade nada convencional arriscou tudo ingressando na carreira militar.
Segundo a Cel Margarida Brandão, a vida militar foi um impacto cultural indescritível, que a lançou a uma outra realidade sem precedente, pois, sem entender como funcionava, tivera que encarar o machismo estrutural, um universo totalmente adverso dentro da instituição policial militar.
Sempre coagida a desistir, ouvindo frases agressivas, discriminatórias, onde se tentavam incansavelmente desmotivá-la, entoavam frases misógino como:
"A Polícia Militar nunca foi e nunca será para mulheres" ou "Voltem para suas casas e vão servir aos seus maridos".
No entanto, firme e forte, essa seria a primeira turma de mulheres da PM/RN, as Pioneiras Potiguar, no ingresso feminino na caserna, que de certa forma, mudaria de uma vez por todas a imagem e a história da Policia Militar.
Assim, se observava que não seria tão fácil, muitos gritos, humilhações, elas não eram bem vindas, e como alunas soldados, foram recepcionadas pelo serviço militar da pior forma possível, e tiveram como cartão de boas vindas, o mais alto preconceito, onde todas tiveram os cabelos mutilados, cortados num corte totalmente masculino, todavia, o alto comando militar não admitia mulheres com cabelos longos na instituição.
Assim, se observava que não seria tão fácil, muitos gritos, humilhações, elas não eram bem vindas, e como alunas soldados, foram recepcionadas pelo serviço militar da pior forma possível, e tiveram como cartão de boas vindas, o mais alto preconceito, onde todas tiveram os cabelos mutilados, cortados num corte totalmente masculino, todavia, o alto comando militar não admitia mulheres com cabelos longos na instituição.
Foi um choque para aquelas jovens, tendo em vista, que os cabelos no mundo feminino, são de fato, e de direito, intocáveis e irrenunciável num contexto constitucional.
Ano 1990 \ Curso do CFSD, 1º pelotao feminino da Polícia militar do Rio grande do Norte |
"Para as mulheres, o cabelo e a autoestima da mulher estão sempre ligados. Ele evidencia sua identidade, o seu estilo, o seu humor, além de ser símbolo de empoderamento feminino. Alguns cuidados ou até mesmo uma mudança radical podem ajudar ou prejudicar na autoestima".
Para a Cel Margarida, ainda que muitas situações tenham conspirado contra, e de certa forma mutilado sonhos na sua condição de mulher, a palavra, que a mesma considera em sua vida, é "gratidão", por ter vivido esses 29 (vinte e nove) anos e 5 (cinco) meses como policial militar, pois, potencializaram seu conhecimento, e foram esses ensinamentos que aprimoraram sua visão de como é preciso ser forte para ser uma Mulher num mundo em que até os dias atuais, vergonhosamente permanecem em preconceito maior que outrora.
Todavia, com todo preconceito, essas mulheres as pioneiras potiguar, do Estado do RN, trouxeram na década de 90, uma nova roupagem a Policia Militar junto a sociedade, onde na oportunidade, foram estreitadas os laços e a relação de confiança, daí uma nova realidade, um novo recomeço.
A Cel Margarida Brandão, desde então, tem desenvolvido um trabalho exemplar dentro da corporação, pois, foi responsável pela implantação do PROERD - Programa Educacional de Resistência as drogas do Rio Grande do Norte , implementando ações de prevenção e cidadania em 52 municípios no Estado e foi também responsável pela coordenação dos projetos de prevenção e cidadania as crianças e jovens em situação de risco do estado do Rio de Janeiro, do projeto Medalha de Ouro, dos jogos Pan-americanos designada na época pelo Presidente em exercício Luiz Inácio Lula da Silva e pelo coordenador geral das ações dos jogos Pan-americanos, o policial federal José Hilário de Medeiros e participou como facilitadora em diversos cursos de formação Nacional e Internacional do PROERD . destacando-se pelo engajamento nos movimentos sociais e na valorização da dignidade humana.
Hoje a Cel Margarida ocupa merecidamente a coordenadoria de Segurança institucional do Gabinete Civil do Governo do Estado da Professora Fátima Bezerra.
A Cel Margarida Brandão, desde então, tem desenvolvido um trabalho exemplar dentro da corporação, pois, foi responsável pela implantação do PROERD - Programa Educacional de Resistência as drogas do Rio Grande do Norte , implementando ações de prevenção e cidadania em 52 municípios no Estado e foi também responsável pela coordenação dos projetos de prevenção e cidadania as crianças e jovens em situação de risco do estado do Rio de Janeiro, do projeto Medalha de Ouro, dos jogos Pan-americanos designada na época pelo Presidente em exercício Luiz Inácio Lula da Silva e pelo coordenador geral das ações dos jogos Pan-americanos, o policial federal José Hilário de Medeiros e participou como facilitadora em diversos cursos de formação Nacional e Internacional do PROERD . destacando-se pelo engajamento nos movimentos sociais e na valorização da dignidade humana.
Hoje a Cel Margarida ocupa merecidamente a coordenadoria de Segurança institucional do Gabinete Civil do Governo do Estado da Professora Fátima Bezerra.
algumas das Pioneiras potiguares, primeiras mulheres a compor a tropa da PM\RN |
Em uma conversa aberta com o Bloqueixas Popular, essa Oficial Superior nos afirmou que o momento mais marcante em sua vida profissional foi sua promoção ao ultimo posto de Coronel\PM, devido a todo um contexto de preconceito que teve que encarar diariamente, estabelecido por algumas pessoas por ELA simplesmente ser mulher.
Assim, chegar onde ela chegou eram em muitos momentos surreal, um sonho praticamente difícil de conquistar, tendo em vista dentre 22 (vinte e dois) Coronéis da ativa (em época) ela se tornou a única Coronel PM\RN Feminina da corporação.
"O mundo teve uma inegável evolução, tanto na indústria quanto nas tecnologias cibernéticas, mas, infelizmente algumas mentes infrutíferas se atrofiaram na ignorância, expelindo e vomitando seus reis na barriga, o mundo está a 'marcar passos' quanto a valorização da mulher na sociedade.
Não precisamos do consentimento, nem da anuência de algumas pessoas, para nos impormos enquanto cidadãs, a caminhada é árdua, mas, temos que continuar lutando por nosso espaço, a vida é uma luta constante por um mundo mais justo e mais igualitário"
Coronel PM\RN Margarida Brandão Fernandes de Araújo
A Cel também nos afirmou, que depois de muito relutar, em breve lançará seu primeiro livro, falando de sua vida na Polícia Militar do RN, que trará uma narrativa da participação da mulher na historia da segurança publica, recheada de muitas surpresas e emoções.
A Cel também nos afirmou, que depois de muito relutar, em breve lançará seu primeiro livro, falando de sua vida na Polícia Militar do RN, que trará uma narrativa da participação da mulher na historia da segurança publica, recheada de muitas surpresas e emoções.
Entre tantos momentos vividos na vida, seja este, de qualquer ser humano, é inaceitável, que a condição de ser mulher, ainda seja para muitos, um empecilho na construção de um futuro melhor.
Beto Nazário
A nossa gloriosa Polícia Militar, tem 188 anos de existência, de relevantes serviços prestados a sociedade, já está mais do que na hora, de vermos uma mulher no comando dessa gloriosa e centenária instituição de segurança publica.
Fica a dica...
Tenho dito,
Fica a dica...
Tenho dito,
Bloqueixas Popular
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