Casal Ubarana detém imagens da tentativa de invasão à sua residência
Publicação: 17/07/2012 07:35
Atualização:
De Moisés Lima e Sérgio Henrique Santos, para o Diário de Natal
casal
George Leal e Carla Ubarana detém imagens da tentativa de invasão à
sua residência no bairro do Tirol, ocorrido na noite de quinta-feira
passada. De acordo com Leal, que falou por telefone ao Diário de Natal, a
casa tem cerca de 12 câmaras instaladas que detectaram a presença e a
ação dos bandidos que chegaram a subir no telhado e cortar a energia.
Ainda ontem o casal aguardava a chegada de uma equipe da empresa
responsável pela segurança da casa para análise do material, com cerca
de um minuto, que deverá ser entregue aos advogados.
George Leal
acrescentou que durante a invasão os agressores usavam bonés e óculos
escuros para não serem identificados e que chegou a sair de casa minutos
depois para checar se eles estavam lá. "Ainda cheguei a ver um deles
correndo". Perguntado se não temia pela vida, respondeu: "Estou
acostumado a isso, não tenho medo de nada".
Segundo ele, há
imagens também da movimentação de estranhos na noite anterior invasão.
"A câmera captou o rosto de um deles. Acho que ele estava estudando como
entrar na casa da gente". George Leal acrescentou que nas duas vezes em
que houve tentativas, os boletins de ocorrência foram feitos
virtualmente para evitar constrangimentos. "É para evitar tumulto e a
presença de vocês da imprensa aqui", acrescentou.
Agressão
Em
entrevista ao Diário de Natal, publicada na edição de sábado, 14, o
empresário George Leal, confirmou que há cerca de duas semanas Carla
Ubarana teria sofrido uma tentativa de esfaqueamento na rua em plena luz
do dia. "Isso foi há uns 15 dias. Aconteceu quando ela foi buscar nossa
filha de seis anos na escola. Na volta ele a abordou e a ameaçou com
uma faca. Ela conseguiu se livrar e fugiu do bandido com a criança".
Além do MP, uma cópia do BO foi enviada ao juiz José Armando Ponte, da
7ª Vara Criminal, que cuida do caso. É do juiz a decisão de tomar ou não
providências com relação a segurança do casal e de sua família.
A
Polícia Militar diz que só agirá sob determinação judicial. "Na verdade
estamos falando mais de uma pessoa quenão está mais presa. Na época da
prisão domiciliar, houve sim o reforço do Bope. Claro, nós cumpriremos e
colocaremos reforço se houver decisão judicial. Mas é preferível que as
viaturas atuem nas ruas dando proteção ao cidadão comum do que uma
viatura com exclusividade para uma ação como essa", comentou o coronel
Francisco Canindé de Araújo, comandante da corporação. George Leal se
disse ameaçado: "Não conseguimos levar nossa vida de forma normal".
Advogados não avaliam pedir reforço
Os
dois advogados que cuidam da defesa do casal Carla Ubarana e George
Leal, João Maria Rodrigues e Marcos Braga, ainda não sabem se irão pedir
reforço policial para os réus confessos no esquema de desvios de
precatórios, que ganhou do Ministério Público o nome Operação Judas. Na
sexta-feira, 13, a defesa do casal esteve na sede da Promotoria de
Defesa do Patrimônio Público, que cuida do processo, forneceu cópias dos
Boletins de Ocorrências (BOs) registrados na 1ª Delegacia de Polícia,
para os promotores analisarem e, caso necessário, tomassem providências.
"Não temos como precisar se o atentado tem algo a ver com o caso ou não
porque, no caso do evento que aconteceu na rua, parece um assalto
comum. Aconteceu quando ela foi buscar a filha no [Instituto] Maria
Auxiliadora. O bandido agiu com uma faca, não com um revólver", explicou
Marcos Braga.
Para o advogado, a tentativa de invasão à
residência é o que mais preocupa. "Tentar invadir a casa deles é mais
preocupante, mas igualmente ao assalto na rua, pode ter sido também uma
tentativa de assalto. Fizemos o que avaliamos necessário: informamos ao
MP. Por enquanto a defesa ainda não chegou a uma conclusão sobre esses
atentados. Nada está concreto", comentou. "Mas eles estão sim
preocupados com essa situação".
Carla Ubarana se notabilizou por
ser uma espécie de arquivo vivo do chamado "Escândalo dos Precatórios".
Em seus depoimentos e entrevistas, disse como funcionava os desvios,
envolveu dois desembargadores (os já afastados Osvaldo Cruz e Rafael
Godeiro) no esquema e comentou que a verba era utilizada na compra de
carros de luxo, viagens à Europa e muitos bens para o casal. Ela chegou a
ter proteção policial do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) assim
que a prisão provisória foi transformada em domiciliar, em 1º de julho.
O
Ministério Público preferiu cautela ao comentar os atentados sofridos
por Carla. O promotor Rinaldo Reis, que cuida do caso atualmente,
limitou-se a dizer que "os fatos narrados pelo casal Carla e George não
influenciam de qualquer formao andamento do processo". O promotor também
informou que não vai se opor caso seja solicitado, na justiça, reforço
policial aos dois réus. "Não há como afirmar que os fatos relatados pelo
casal Carla e George têm qualquer relação com o caso".
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