14/03/2022

QUATRO ANOS DE IMPUNIDADE E ATÉ AGORA NINGUÉM SABE QUEM MANDOU MATAR A ATIVISTA E VEREADORA DA CIDADE DO RJ MARIELE FRANCO E DE SEU MOTORISTA ANDERSON GOMES

 

Há quatro anos pessoas pedem por justiça para Marielle Franco. Foto: CARL DE SOUZA/AFP/Getty Images.
Há quatro anos pessoas pedem por justiça para Marielle Franco. Foto: CARL DE SOUZA/AFP/Getty Images.
  • Suspeitos de serem autores do crime estão presos desde 2019

  • Família cria instituto e promove festival para pedir justiça para Marielle Franco

  • Investigação teve troca de promotores e delegados ao longo dos anos

Nesta segunda-feira, 14 de março, completam-se 4 anos do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, sem que as famílias tenham respostas sobre a motivação e os mandantes do crime, que ocorreu em 2018, no Rio de Janeiro.

Marielle, “mulher, negra, mãe e cria da favela da Maré", como se apresentava, foi eleita a quinta vereadora mais votada da cidade em 2016. Sua morte ganhou repercussão nacional e internacional, mas as investigações seguem lentas.

Cronograma da investigação

O sargento reformado da Polícia Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz foram presos no dia 12 de março de 2019. O primeiro foi apontado como autor dos disparos pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, enquanto o segundo teria conduzido o veículo em que a dupla estava.

Em fevereiro de 2021, o mesmo tribunal negou um recurso da defesa dos acusados. Agora, eles irão a júri popular, em data ainda não definida. Eles negam envolvimento.

No ano passado, a força-tarefa do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) responsável pelo caso ganhou novos promotores. As promotoras originais do caso, Simone Sibilio e Letícia Emile, saíram da força-tarefa voluntariamente, alegando "interferências externas" para a decisão.

Simone, que atuava na investigação desde o começo, foi responsável pela denúncia oferecida em março de 2019 contra os executores do crime, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz. Lessa era vizinho do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ambos suspeitos integravam o grupo miliciano Escritório do Crime, comandado pelo ex-policial militar Adriano da Nóbrega, que era próximo da família Bolsonaro, já tendo recebido homenagens na ALERJ (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) das mãos de Flávio Bolsonaro. Ele morreu em 2020.

Em fevereiro deste ano, a investigação passou por mais uma mudança. A Polícia Civil confirmou que um quinto delegado, Alexandre Herd, ficaria à frente das investigações do crime na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), por causa de uma promoção do responsável anterior, Henrique Damasceno.

Na época, o Instituto Marielle Franco, que trabalha para exigir justiça para a vereadora, viu com preocupação a mudança.

“3 anos e 11 meses sem respostas sobre quem mandou matar Marielle e o porquê, acordamos com mais uma notícia de mudança no caso na Polícia Civil. O quinto delegado a assumir a responsabilidade de trazer respostas sobre esse crime que chocou o Brasil e o mundo”, escreveu o instituto no Twitter.

Motivação segue um mistério

A motivação do crime, no entanto, ainda não foi esclarecida, mesmo com os autores presos. Em agosto do ano passado, a investigações apontou uma ligação de Ronnie Lessa com o ex-vereador do Rio Cristiano Girão.

O parlamentar foi preso preventivamente em 2021, acusado de ter participado com Lessa de um duplo homicídio em 2014, supostamente de um miliciano rival e esposa, na zona oeste do Rio.

Outro nome levantado pela investigação é do político Domingos Brazão, suspeito de obstruir as investigações do caso. A colocação foi feita pela ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge em entrevista ao portal UOL, em 2020.

Festival no Rio de Janeiro pede justiça

Em 2022, para marcar os quatro anos do crime, o Instituto Marielle Franco realiza o Festival Justiça por Marielle e Anderson. O evento ocorre nesta segunda-feira (14) no Circo Voador, na Lapa.

"Nestes quatro anos, passamos pelo luto coletivo, pela luta contra a covid e o negacionismo. Passamos por eleições presidenciais, por eleições municipais e este ano vamos entrar em mais uma disputa eleitoral que irá decidir o futuro da democracia brasileira", afirma a nota da instituição. "Estamos aqui, permanecendo de pé, para seguir o legado de Marielle e das mulheres negras, defender as suas memórias, regar as suas sementes e lutar para que não sejamos interrompidas".


A impunidade é que faz o bandido...


Tenho dito,


Bloqueixas Popular,



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