01/07/2020

TODO CUIDADO É POUCO









Casal morava em Canguaretama — Foto: Arquivo familiar/Cedida

Casal morava em Canguaretama — Foto: Arquivo familiar/Cedida
A dona de casa Auxiliadora Albano, de 56 anos, e o agricultor Severino Balbino da Silva, de 58 anos, são mais duas vítimas da Covid-19 no Rio Grande do Norte. Os dois faleceram no mesmo dia, na terça-feira (30), após quase um mês lutando contra a doença. O casal vivia na comunidade de Piquiri, no município de Canguaretama, distante 78 quilômetros de Natal.
Os dois deixam quatro filhos: Paula, Patrício, Patrícia e José. Paula Balbino mora e trabalha em Extremoz, na Grande Natal, e embora distante mantinha contato diário com a família em Canguaretama e acompanhou todo a batalha dos pais para sobreviver ao coronavírus.
"É muito difícil, poderia ter sobrevivido pelo menos um"
"Desde que eles foram para a UTI que a gente vem acompanhando e torcendo para que eles se recuperassem, mas as notícias não eram boas. Agora estou cuidando da parte do sepultamento e praticamente não parei porque foi uma coisa em cima da outra, parece que a dor ainda não chegou completamente", diz Paula.
Poucas horas separaram as duas notícias de óbito. Os quatro irmãos souberam primeiro do falecimento do pai pela manhã e quando ainda tentavam lidar com o triste acontecimento, receberam a confirmação da morte da mãe no período da tarde. Auxiliadora e Severino estavam internados em Natal e Caicó.
"Não tenho palavras direito, parece que a ficha não caiu. Nossa família era bem unida e essa doença acabou com isso. Mesmo longe, sempre falava com eles por videochamada. Não dá pra entender como ainda existem pessoas que não acreditam nessa doença. Isso é muito grave e muito triste", completa Paula Balbino.




Auxiliadora trabalhava no lar e Severino em uma usina — Foto: Arquivo familiar/Cedida

Auxiliadora trabalhava no lar e Severino em uma usina — Foto: Arquivo familiar/Cedida
Os primeiros sintomas apareceram no início do mês de maio, no dia 6. Auxiliadora, que pertence ao grupo de risco, foi a primeira a sentir os efeitos da Covid-19 e logo procurou ajuda médica. Após consulta no hospital local, Auxiliadora voltou para casa e começou o período de isolamento, mas sentiu uma forte falta de ar e retornou à unidade no dia 12.
Dois dias depois ela foi transferida para um leito de terapia intensiva em Natal, onde foi entubada. Paralelamente, o marido dela, Severino, cumpria isolamento em casa enquanto acompanhava o tratamento de Auxiliadora a distância. Uma semana após o internamento da esposa, ele piorou e também foi levado ao hospital.
Severino apresentou melhora nos primeiros dias de isolamento e seu quadro demonstrava evolução para uma recuperação da Covid-19. No entanto, ele começou a sentir febre e falta de ar. Foi quando precisou ser levado para o hospital e em seguida transferido para um leito de UTI no Hospital Regional do Seridó, em Caicó.
Entre melhoras e pioras, os dois permaneceram internados até esta terça-feira (30), quando faleceram. O sepultamento de Severino ocorreu ainda na terça, Auxiliadora será enterrada nesta quarta-feira (1º). As cerimônias seguiram protocolos de contenção da Covid-19 e foram restritas a alguns familiares.




Os dois estavam internados em Natal e Caicó — Foto: Arquivo familiar/Cedida

Os dois estavam internados em Natal e Caicó — Foto: Arquivo familiar/Cedida


Fonte: Por Bruno Vital, G1 RN

O ISOLAMENTO SOCIAL AINDA É A MANEIRA MAIS EFICAZ DE NOS PROTEGERMOS DESSE MAL


Tenho dito,


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