30/09/2013

Meu Nordeste, Meus Nordestinos

                                                                                                                                                                                                                                Nordeste


Aqui me sinto um 
estrangeiro,

sacoleiro de sonhos
bandoleiro de minha terra,
fui iludido...

vencido, 

sem ter nem ido à guerra.

Me amordaçaram
me chamaram de pau de arara
de iletrado...
dizem por aí que sou analfabeto
filho bastardo 


com mobral incompleto.

E quando me vejo aperreado
Quero denunciar...
mais não tenho a quem
pois a tv que tenho 


não me ver,
não ver ninguém...

Sem querer me convenci, 

me convenceram,

pela tv das ilusões
sou filho da pátria mãe que me pariu...
sou órfão da justiça 


que um dia me garantiu
ter um nome, 

ser um zé, 

não um zé qualquer
ter a mim mesmo 
e com orgulho 
ser chamado de José.

Não servir apenas 
de personagem com fome
em romances voltados ao DEUS dará,
esse humor estereotipado de negro 


me lança ao sortilégio
Numa triste poesia... 


que literalmente me consome.




Beto Nazário

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